Welcome to Washington: Como o sucesso de House of Cards reflete o mercado hoje.

WORKSHOP GRATUITO.

Há quase 10 anos atrás estreou House of Cards, direto na Netflix. 

Como será que podemos explicar seu sucesso e, no processo, analisar seu impacto?

O time criativo:

David Fincher (diretor e produtor): Um dos diretores mais clínicos do cinema americano de hoje, Fincher embarca nessa primeira aventura na TV como um nome de peso do cinema.

Michael Dobbs: Inglês autor do livro homônimo (1989) que dá origem à série. Além da literatura, Dobbs fez carreira política na Inglaterra, o que alimentou suas tramas e o realismo de seus dramas políticos. 

Beau Willimon: Roteirista norte-americano com foco em dramas políticos, como Tudo pelo Poder (2011). É com ele que as tramas de Dobbs vão parar em Washington, adaptando os temas e conflitos para o contexto americano.

Análise:

Veja que os profissionais envolvidos na série possuem experiência (prática ou teórica) no campo da política, o milieu de House of Cards.

Sem essa expertise a série não seria tão profunda ou realista.

A abundância de detalhes e os personagens do livro, sendo histórias sobre intrigas de poder da classe aristocrática uma especialidade inglesa, são importadas para outro país e outro meio: a TV americana, igualmente faminta por dramas políticos e conspirações.

Ao contrário das séries tradicionais, a participação de Fincher no projeto acrescenta a validação de um nome de peso do cinema. Sua direção confere características únicas ao episódio.

Qualidades criativas da escrita:

  • Diálogos inteligentes;
  • Tramas políticas que estruturam os dramas pessoais;
  • Quebra da quarta parede;
  • Protagonista carismático e moralmente ambíguo.
Beau Willimon, criador da série.

Contexto:

House of Cards é parte da primeira leva de “Originais Netflix”, numa época em que os streamings estavam começando a dominar a TV.

Inclusive, o piloto de HoC é a primeira vez que uma série que estreou na internet ganhou um Emmy.

Visão mercadológica:

Nesse cenário cultural, contar com a direção e produção de David Fincher, diretor radicado nos videoclipes que fez transição para sucessos de público e crítica no cinema, foi um atestado da ambição da Netflix. 

Em 2013 os filmes de herói já estavam começando a dominar as salas de cinema, o que veio a provocar uma crise na produção de filmes de médio orçamento, motivo pelo qual testemunhamos diretores de renome tomando refúgio na Netflix, Amazon, HBO, etc. 

Para a Netflix, saindo do jogo da distribuição e começando a entrar no negócio da produção de originais, HoC é um marco de que podiam fazer melhor do que os canais tradicionais, inspirados pela receita HBO de séries para adultos: anti-heróis, temas densos e conteúdo explícito (à gosto).

Com HoC, a Netflix combinou conteúdo e forma para atender as demandas de um novo tempo. Ao invés de um episódio por semana, a era de ouro do streaming seria marcada pelo binge watching, possibilitado pela mecânica das plataformas digitais.

Ademais, com os ingressos de cinema inflacionados e o custo de uma noite fora de casa ficando cada vez mais alto, o custo benefício do streaming se tornou significativamente mais atraente.

Legado:

O recado foi claro. O streaming agora seria a casa dos grandes dramas. 

Mais realistas e artisticamente comprometidas do que as séries da TV tradicional despontaram como alternativa, como o entretenimento para adultos do nosso tempo. Enquanto isso, os cinemas eram tomados por super-heróis e fantasias infanto-juvenis.

Se hoje fica a impressão de que a Netflix sempre tem um produto original ou lançamento que encapsula os temas relevantes para o público nas redes sociais, HoC é um dos esforços que tornou isso possível.

O piloto

de House of Cards condensa tudo isso com uma proposta dramática e escolhas criativas perfeitas para capturar a atenção de um telespectador moderno.

Diálogos inteligentes, recursos criativos distintos, temas relevantes e personagens problemáticos. Em um episódio vemos muitas coisas valorizadas pelas produtoras para uma série dramática hoje.

E nada disso seria possível sem o conhecimento da equipe que idealizou esse projeto.

Então, fica o convite:

Se você quer criar pilotos de séries tão memoráveis quanto o de House of Cards, participe do evento gratuito:

Workshop de Roteirização: House of Cards.

Estudo do piloto com Ana Johann.

Quinta-feira 02/02 19:30.
Se inscreva no link: https://www.colabcine.com.br/evento-roteiro/

Esse evento é mais um esforço da ColabCine pela disseminação do conhecimento de grandes profissionais para novos profissionais. Participe do movimento enviando esse convite para colegas, amigos e fãs da série.

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ColabCine

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